terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

ESSE ANO NÃO VAI SER IGUAL ÀQUELE QUE PASSOU

O primeiro dia útil oficial do ano foi 2 de janeiro. Mas o Carnaval só acabou ontem, muito mais do que bissextamente, na véspera da volta às aulas . Então a verdade é que só hoje 2008 começou a funcionar, e funcionar À VERA!

Ano Novo, vida nova: momento de retrospectivas e projetos para o futuro. O futuro começa depois do Carnaval, ou seja, hoje. No futuro, quer dizer, hoje, vou recomeçar minha dieta abandonada desde as festas de fim-de-ano. Vou arrumar a estante e o armário. Vou ligar pra alguns amigos que não vejo desde as festas de fim-de–ano e não encontrei no Carnaval.

Mas hoje já é segunda-feira e o trabalho começa! As aulas também! Não dá mais tempo de arrumar nem a estante nem o armário. Pros amigos, vou ligar no fim-de-semana, hoje está todo mundo trabalhando mesmo... Pelo menos deu pra recomeçar a dieta.

O ano mal começou, mas começou bem. Após tantos anos, a Portela desfilou no sábado entre as campeãs. No domingo a luz da cozinha pifou totalmente e nos vimos obrigados a chamar logo o eletricista pra fazer os consertos adiados pra depois do Carnaval. A casa, que andava com várias áreas de sombra, hoje voltou a ficar plenamente iluminada. Falando em iluminação, amanhã começo as aulas de ioga.

Então percebo que esse ano pode ser da aceleração no caminho de volta ao “lar”. Já em 2007 voltei a cantar em coral. Amanhã é a ioga. No começo de março vamos fazer de novo uma festa no terraço, que não fazemos desde o batizado da minha filha em 2004. Vou voltar a sair sozinha com meu marido no mínimo uma vez por mês, com naturalidade, e não como se fosse coisa de gente rica. No final do ano vamos sair todos de férias por 15 dias e ainda vamos levar a vovó. Como é bom voltar a ter uma vida normal!

Por isso esse ano, ao que tudo indica, não vai ser igual àquele que passou, em que eu não brinquei, nem meu marido brincou. Esse ano, meu bem, tá combinado: nós vamos brincar adoidado!

FELIZ 2008, galera!!!

Escrito no primeiro dia realmente útil do ano da graça de 2008, 11 de fevereiro. Postado nas primeiras horas inúteis da madrugada, quando o ócio é realmente produtivo.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

O nome dela é Dona Elizabeth !!!

No "Informativo Bairro das Laranjeiras", que recebo toda semana por e-mail, fui ler o relato de Yeda Dantas/Palhaço Dr. Giramundo, sobre o desfile do Gigantes da Lira deste ano. E tive a felicidade de ali encontrar o link do vídeo, feito com uma câmera de celular por Lucas Landau, registrando a homenagem do bloco a D. Elizabeth.
Ainda não sei nem como, nem quando, a tradição surgiu. Peço, aliás, a quem souber, que divulgue essa informação que, com certeza, acrescentará ainda mais lirismo ao renascimento do carnaval de rua do Rio.
Pra quem não pode presenciar a cena, aproveitem essa "palhinha" generosamente compartilhada por Lucas Landau. Agradeço a ele e a todos os foliões desconhecidos que, a cada ano, vão descortinando as maravilhas escondidas nas ruas nossas de cada dia.
Boa folia, galera!!!

domingo, 27 de janeiro de 2008

OUTRO CARNAVAL


No desfile do Gigantes da Lira no ano passado, me lembro que um assíduo folião desconhecido veio comentar comigo sobre a “velhinha da janela”. Nunca tinha ouvido falar dela, pois venho freqüentando o bloco há poucos anos, apenas depois que meus filhos nasceram. Conversando comigo como se eu freqüentasse desde criancinha, lamentava-se o folião desconhecido de que este ano ela não aparecera na janela, como acontecia sempre até então. Bastante comovido e preocupado, ele apontava para um prédio na descida da ladeira, e eu olhava como se o identificasse por pura simpatia a seus sentimentos.

Um ano se passou e voltei ao bloco sem me lembrar desse comentário perdido entre os confetes. Esse outro Carnaval começou despretensioso como todos os demais que passamos aqui no Rio. Olhei pela janela pra receber o aval de São Pedro, que me recomendou levar a capa de chuva da minha filha. Tirei as fantasias e os acessórios que repousaram doze meses no armário, enchi as garrafinhas esportivas de água, coloquei os chocalhos na mochila e botei meu bloco na rua.

Encontra um, encontra dois, encontra três, encontra quatro, e a concentração pessoal já está formada pra cair na folia. O bloco sai magicamente, sem confusão. Vamos o acompanhando pela calçada pra ganhar tempo e espaço, e ficar mais perto da banda. Bem na curva, bem na hora de entrar no bloco no ponto certo, cai uma chuva mais forte. Eu, minha filha e minha comadre vamos nos abrigar sob uma exígua marquise que, momescamente, abraça a todos os foliões avessos à chuva ou com crianças menores. Quando pára a chuva, o bloco já soa distante, mas bastou andar alguns metros para reencontrarmos seu coração musical e os amigos já dados como perdidos.

Metros à frente o bloco parou, aparentemente sem motivo. Aí reparei que todos se voltavam para uma janela aberta, de madeira azul, no segundo andar de um prédio pequeno e cinzento. Cantávamos “Carinhoso”, todos balançando os braços numa mega seresta para quem? A “velhinha da janela” estava lá, e imediatamente me lembrei com alívio do comentário do folião desconhecido do Carnaval que passou. Alguns tiravam fotos e muitos se emocionavam com aquela Rapunzel de cabelos grisalhos e curtos, que do alto de sua torre, agradecia comovida a homenagem do Gigante de 10 anos que, em seguida, cantou “Parabéns pra Você”, comemorando a data.

Sua aparição pareceu ser o ponto alto do desfile do bloco infantil. Feitas as devidas homenagens, o bloco volta a descer a ladeira, aparentando a curta memória carnavalesca, feita de momentos fugazes que, porém, são flashes inapagáveis. Acabada a festa, estamos prontos para outra, como se nada tivesse acontecido. Mas no ano que vem, estaremos todos aguardando a “velhinha da janela”, na descida da ladeira, para outro Carnaval...